Abelhas sem ferrão - Uruçu (Melipona scutellaris).


Abelhas Sem Ferrão - Uruçu (Melipona scutellaris)

Uruçu é uma palavra que vem do tupi “eiru su”, que nessa língua indígena significa “abelha grande”. Essa nomenclatura está relacionada com diversas abelhas do mesmo gênero, encontradas não só no Nordeste, mas também na região Norte. No Brasil, existe a Uruçu amarela (Melipona rufiventris), bem como a Uruçu Verdadeira ou Uruçu do Nordeste (Melipona scutellaris).

A tendência, porém, é a de reservar o termo “Uruçu” para destacar o seu tamanho avantajado (semelhante à Apis), pela produção de mel expressiva entre os meliponídeos e pela facilidade do manejo, pois são abelhas mansas.

Estudos já realizados mostraram o relacionamento da Uruçu com a mata úmida, que apresenta as condições ideais para as abelhas construírem seus ninhos, além de encontrarem, em árvores de grande porte, espécies com floradas muito abundantes, que são seus principais recursos alimentares, bem como locais de morada e reprodução.

A Uruçu (Melipona scutellaris) possui uma preferência floral mais seletiva do que as abelhas africanizadas, razão porque se encontram em vias de extinção.
Ocorrência
A abelha Uruçu é uma abelha sem ferrão, nativa do Brasil, encontrada na zona da mata do litoral baiano e nordestino. Esta espécie prefere habitar locais úmidos, nidificando em árvores de grande porte.

Morfologia

A Uruçu possui corpo robusto (marrom e preto), vértice marrom-amarelado, com pelos abundantes amarelo-ruivos, frequentemente com alguns mais claros, cor de ouro. O clípeo, estrutura da cabeça que liga as peças bucais, é levemente convexo, e a face, relativamente estreita. Seu tórax é preto no dorso, com pelos densos e amarelo-dourados, e face ventral, com fina penugem acinzentada. O comprimento das operárias é de 10 a 12 mm. A Uruçu possui abdômen escuro, com cinco listras claras.

Ninho

Os ninhos da Uruçu têm entrada típica, sempre com abertura no centro de raias de barro convergentes. Da mesma forma, podemos encontrar ninhos, cujas raias de barro são elevadas e formam uma coroa, frequentemente voltada para baixo. Essa entrada, que dá passagem para as abelhas, é guardada por uma única operária.

No interior da colmeia, encontramos várias camadas (lamelas) de cerume, que formam o invólucro, material maleável resultante da mistura de cera produzida pelas abelhas misturadas com a resina que coletam nas plantas. O cerume é o material básico utilizado em todas as estruturas que existem dentro do ninho.

As abelhas sem ferrão mantêm a cria e o alimento em estruturas diferentes. Os ovos são colocados em células de cria, que contêm todo o alimento larval necessário para o desenvolvimento da larva.

Várias células de cria justapostas formam o favo, que pode ser horizontal ou mais raramente, helicoidal. Quando a abelha nasce, a célula de cria é desmanchada e o cerume reaproveitado em outras construções no ninho.

Mel

Como já vimos, a abelha Uruçu do litoral baiano e nordestino destaca-se de outras abelhas da região pelo seu porte avantajado (é do tamanho da Apis mellifera ou maior), pela grande produção de mel e pela facilidade de manejo, atividade que já era desenvolvida pelos povos nativos antes da chegada dos colonizadores.

Com base nesses conhecimentos, vários pesquisadores e meliponicultores dessa abelha têm se dedicado, com êxito, ao trabalho de extensão e manejo, incentivando populações rurais, assentados e curiosos na criação de abelhas nativas com caixas e métodos de divisão simples.

Os méis, que podem ser comercializados em litros, são mais líquidos que os de Apis. São usados como remédio, renda extra, ou mesmo, como um alimento melhor para as famílias. Nos trabalhos mais criteriosos, os criadores das abelhas são incentivados a retirar o mel, com bomba sugadora, o que diminui o manuseio e o desperdício de mel no fundo das caixas, além de evitar a morte de ovos e larvas.

O mel dessas abelhas, além de muito saboroso, pode ser produzido até 10 litros/ano/colônia, em épocas favoráveis, embora a média seja de 2,5 a 4 litros/ano/colônia. É considerado medicinal principalmente pelas populações regionais. Devido ao alto teor de água, eles devem ser armazenados em geladeira quando não forem consumidos imediatamente.

Benefícios da espécie

-Polinização dos vegetais aumentando a produtividade das plantas cultivadas e a fertilidade das espécies que dependem da polinização cruzada;
-Produção de delicioso mel, com alta qualidade medicinal, rico em propriedades bactericidas, energéticas e antioxidantes;
-Baixo custo de implantação de meliponário e fácil manejo.
Aprimore seus conhecimentos, acessando os cursos da área Apicultura, elaborados pelo CPT – Centro de Produções Técnicas.
Por Andréa Oliveira.
Fontes: Embrapa, USP, WebBee e Wikipédia


Leia mais: http://www.cpt.com.br/cursos-criacaodeabelhas/artigos/abelhas-sem-ferrao-urucu-melipona-scutellaris#ixzz3ZJQZFppQ

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