Espécies polinizadoras são prejudicadas pelo uso de agrotóxicos

Abelhas são as mais afetadas devido o uso desse tipo de substância

Worldwide Integrated Assessment (WIA) realizou uma pesquisa (analisando 800 estudos) para tentar entender os impactos causados pelos agrotóxicos. A equipe concluiu que esses produtos estão acabando com colônias de abelhas, prejudicando a agricultura e a biodiversidade.
Não é de hoje que os impactos sobre o uso de pesticidas e agrotóxicos na agricultura vêm sendo questionados. Além de casos de contaminação em alimentos, um grupo de pesquisadores afirmou que o uso desses produtos está acabando com espécies polinizadoras essenciais para a produção de alimentos, colocando em risco a produção agrícola e a biodiversidade.
A produção de 2/3 da alimentação humana depende, direta ou indiretamente da polinização por insetos, principalmente das abelhas, que têm facilidade de polinizar em cultivos de café, tomates, maçãs e morangos, além de produzirem o mel, muito usado como antibacteriano natural. A polinização também é responsável por aproximadamente 80% das espécies de plantas com flores, já que as abelhas levam o pólen de uma flor para outra, formando novos frutos.
O uso de neonicotinóides e do fipronil como inseticidas atuam como agonizantes dosreceptores nicotínicos e causam nos animais sintomas como perda de olfato, redução de fecundidade e alteração no senso de direção - tudo isso dificulta o voo das abelhas.
Perda na produção
Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), há, em todo o mundo, uma perda de U$ 54 bilhões na agricultura pela deficiência na polinização. Os agricultores estão gastando dinheiro para eliminar pestes a fim de aumentar a produção, sem saber que estão prejudicando seus próprios cultivos.
Os agricultores não estão muito atentos para a polinização em seus cultivos, mas muitas vezes por desconhecerem os seus benefícios e a necessidade dela em suas produções. Estimativas recentes indicam que os agricultores gastam anualmente mais de US$ 2,6 bilhões em agrotóxicos, eliminando não somente as pragas, mas também as espécies importantes para esse processo, como as abelhas.
Para piorar, a dose desses produtos é aumentada com o passar dos anos, pois as novas gerações das pestes se tornam mais resistentes a esses tipos de substâncias. Em alguns países da Europa, como Itália, França e Alemanha , o uso desse tipo de agrotóxicos nas agriculturas já foi suspenso devido à alta toxidade para com as abelhas polinizadoras. No Brasil, os efeitos dessas substâncias vem sendo estudados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

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